domingo, 24 de julho de 2011

SOBRE A ENQUETE: A TV VERDES MARES CARIRI ESTÁ ATENDENDO A DEMANDA DE REPORTAGENS NO INTERIOR?

Desde que foi instalada ou descentralizada para alguns, a TV Verdes Mares Cariri trazia a proposta de ficar mais perto do público no interior do estado do Ceará. Em Fortaleza a sua programação, só de telejornais, já havia inserido o quadro “Meu bairro na TV”. Recentemente fez “parceria” com a CUFA, a Central Única das Favelas, apresentado pelo “Preto Zezé” como é conhecido nos movimentos sociais. Esta parceria inclusive é de caráter global (Rede Globo). Não há nenhuma dúvida que esta prática foi uma sacada do grande meio de comunicação para transparecer estar mais perto dos telespectadores. Mas o que tenho sentido quando ando pelo interior do Ceará é que o público sente-se enganado. Logo quando foi ao ar, demorou um pouco para que a transmissão conseguisse se manter. Teve período que ficou fora do ar por mais de duas semanas só em Tauá. Após este período o problema é a qualidade do sinal que é ruim em alguns municípios. Outra expectativa era que os municípios apareceriam mais na TV. Em vez disso mostram vinhetas com imagens destes municípios. Estas mudanças na TV devem estar ligadas também à perda de audiência destes meios comerciais. Esta realidade é sentida pelos grandes meios após o advento das rádios comunitárias, que traz o rádio para perto do público no próprio bairro. A distancia entre radialista e ouvinte acabou quando as rádios comunitárias surgiram. O morador ouvinte passou a ser o morador radialista, repórter e participante da produção radiofônica. Não é por acaso que as campanhas promovidas pelas associações que representam as TV´s e Rádios comerciais atacavam e ainda atacam as rádios comunitárias até hoje. Primeiro chamavam de rádios piratas e hoje chamam de rádios sem qualidade. O mais terrível disso tudo é saber que o Sindicato dos Radialistas que deveria defender a categoria de trabalhadores no rádio, vem sentando-se à mesa com os donos destas emissoras comerciais a mais de vinte anos sempre combinando como manter os trabalhadores no controle. O rádio tradicional vai perdendo sua credibilidade pela ligação política e comercial É por isso que surgiram as Rádios Livres e Comunitárias. Além de ter independência econômica e política, trouxe para perto do ouvinte o que ele precisa ter: Uma programação que atenda ao seu interesse, que mostre seus talentos, que denuncie sem medo e exerça sua cidadania. É preciso entender também que as rádios comunitárias são um movimento e como todo movimento em construção, está em busca de consolidação, neste caso da proposta de pluralidade, gestão democrática e pública, produção autônoma e formação de ética na comunicação. Um movimento que tem o desafio de fazer com que as rádios comunitárias que já possuem sua autorização venham fortalecer esta proposta de comunicação participativa que já está ensinando aos veículos comerciais que, ou eles se aproximam da comunidade ou a comunidade faz eles se aproximarem. Se estas rádios com autorização comunitária repetirem o que as rádios comerciais fazem, estarão também condenadas ao descrédito da população porque rádio é companheirismo, cultura e informação ética. Que venha também a TV Comunitária que só fortaleceria o processo democrático no Brasil.

sábado, 23 de julho de 2011

FALENCIA FORTAL

A reportagem sobre a “animação” desta festa realizada pelo programa Intencidade da TV Cidade de Fortaleza canal 8 (afiliada a TV Record), destacava os 20 anos de uma história que começou nos anos 90 na tal onda baiana. Lembro-me na época que o grupo Olodum fazia umas letras legais, como a da música Madagascar, mas muita coisa mudou. Como o comércio abusa de uma onda até ela não poder dar mais nada de lucro, sempre tentarão outros modismos para ganharem em cima e já estão tentando há algum tempo colocar outros ritmos para se manterem. A reportagem da TV Cidade trazia em seu programa do dia 23 de julho, neste último sábado, a manchete: "Aza de Águia agita tudo no Fortal." O repórter entrevistava o vocalista desta banda que chegou a dizer que o fato de tocar na Europa pode fazer com que a banda possa se tornar uma lenda como os Rolling Stones e o U2. Menos garoto... Bem menos, please...

Em meio às conversas eram inseridas algumas entrevistas no chamado “corredor da folia”. Só o que vi foi gente andando de lá para cá ou parados conversando e batendo fotinhas para as redes sociais. Os entrevistados jovens estavam tão bêbados que não conseguiam dizer coisa com coisa. Já as meninas, que começavam a pular quando viam a câmera de TV só diziam a mesma coisa: “É maravilhoso! É a primeira vez que venho e não vou deixar de vir no próximo ano”. O que? Onde? Como? Quando? Por quê? Ainda bem que não precisei ir ao Fortal para constatar a decadência. Nem a edição de imagens conseguiu disfarçar a falta de animação.


segunda-feira, 18 de julho de 2011

QUE JORNALISMO É ESSE?

Já a algum tempo (décadas) os tais programas policiais continuam no ar sobre pretesto de serem jornalísticos, denunciadores de mazelas e defensores da cidadania. Então ver sangue na hora do almoço é jornalismo? Gritar como se estivesse pregando em um desses cultos religiosos exagerados ou carismáticos é jornalismo? Quando a velha citação de que "...quando o homem morde o cachorro, isso é que é notícia" será peça de museu em nossas faculdades? Porque, o que é inusitado, extravagante e sensacionalista é importante mostrar e de quebra ainda dá uma audienciazinha, nos obrigando a ficar vendo barbaridades em plena luz do dia, é prioridade?
Neste dia 18 de julho de 2011, no canal 8 TV Cidade de Fortaleza em seu programa 190, a reportagem de insegurança no bairro Lagamar de Fortaleza foi concluida com um tal "repórter" que para mostrar o estado das vítimas depois dos assantos, ficou só de cueca e ainda saiu correndo atraz dos curiosos que observavam a televisão em sua rua de moradia.

ESTAMOS PERDIDOS COM ESSA TELEVISÃO...

terça-feira, 5 de julho de 2011

4 de julho X 7 de setembro

Quantas vezes assistimos filmes do tipo Independence Day, Nascido em 4 de julho e outros que sempre colocavam uma visão de que o dia era importante para o mundo. Quantos filmes assistimos do 7 de setembro? Não dar pra competir é verdade. Mas é tudo uma questão de prioridade ou direcionamento. Ver a Ana Maria Braga destacar em seu programa o 4 de julho é perceber a continuação deste culto norte americano. QUantas datas de independencia de outros paises ela destacou? Uma semana antes, participando de uma reunião, combinávamos quando seria a próxima e quando indicaram a segunda-feira logo veio a observação: É no 4 de julho! Como se fosse muiiiiito importante! Foi bem massificada esta data em nossas vidas. Afinal, sucesso se constroi tocando a todo momento, não importa a qualidade sonora, visual, política e cultural.