quinta-feira, 10 de novembro de 2011

QUE TIRO FOI ESSE?

Assistindo a reportagem da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes atingido por tiro disparado pelos traficantes em uma ação da polícia, fiquei preocupado. A reportagem falava de atentado à liberdade de imprensa. Mas como? A reportagem do Jornal Nacional mostrou o cinegrafista acompanhando o policial em ação e ficando atrás dele na hora em que levou o tiro. A cena filmada pelo cinegrafista da Globo detalhava bem como a vítima estava trajado. Com uma roupa da cor dos policiais, colete à prova de balas como os policiais e uma câmera média que poderia se confundir com uma arma. Na hora do tiro o cinegrafista estava atrás de um policial e poderia ser confundido com se fosse um policial também. E se o traficante estava tentando acertar o policial e o tiro apenas atingiu o cinegrafista por erro de mira? Será que o traficante se incomodaria tanto com a imprensa assim a ponto de achar mais perigoso o cinegrafista do que os policiais armados? Pode até ser que o medo de que o cinegrafista mostrasse com a lente da câmera aonde eles poderiam estar escondidos fixasse uma preocupação que justificasse o objetivo de atingi-lo. Mas fazer desta ação um atentado à liberdade de imprensa é um oportunismo que não é barato. Acho até que com certas reportagens, a imprensa ajuda os bandidos informando a ação e as investigações que a policia faz em seu trabalho. É preciso ficar atento no que tem por trás deste jogo de palavras e de cenas.

Um comentário:

  1. Realmente percebemos que certas noticias só convencem o povão, pois quem tem o olhar crítico como você capta o que está oculto, ou o que está nas entre linhas da noticia.
    Neste caso considero que os cinegrafistas arriscam a sua vida diariamente. Esses profissionais deviam ter em seus salários o adicional de periculosidade,pois estão expostos a atividades periculosas em condição de risco acentuado diariamente.

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